sábado, 1 de junho de 2013

O drama de um coração em frangalhos, e a (quase) total recuperação dele por um sorriso.



Encontrei esse texto que escrevi no dia 21/09/2009. É só uma “historinha”, mas olha o drama dos meus 16 anos. E eu sempre odiava as coisas que eu escrevia, depois de um tempo. Às vezes isso ainda acontece. Mas lendo agora, eu sinceramente gostei muito desse meu jeito de escrever, mesmo que na época fosse fortemente influenciado por Crepúsculo’s e coisas do gênero. Acho que vou começar a postar coisas que nunca tive coragem de expor. Não estou mais as achando tão ruins. :P
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Não poderia ser mais deprimente. Com apenas uma cena e a revelação de algumas palavras, ela sente-se em estado de choque, como se naquele momento não existisse mais fôlego. Seu coração bate tão rápido, como se procurasse desesperadamente por algum tipo de ajuda. Se acelerasse mais, certamente chegaria ao ponto de explodir.
Em questão de segundos, sendo possível ou não, o calor do sol queimou sua pele, dificultando ainda mais sua respiração, e agora a sua capacidade de se locomover. De saber pra que lado ir. Com uma tentativa de se esconder, de fugir, saiu rapidamente dali, porque o sarcasmo dele ainda a atingia, e só piorava sua situação psicológica.
O som das risadas dele chegavam diretamente a sua mente, e lá dentro, latejavam, como se fosse de propósito, para que ela não pudesse se livrar da maldade dele.
Queria correr, mas não queria aparecer, não queria demonstrar. Estava orgulhosa demais para deixar que ele soubesse que AINDA a afetava. Estava decepcionada, acima de tudo, consigo mesma, por ainda PERMITIR que ele a afetasse dessa maneira.
Ouvia zumbidos por onde andava, e via as pessoas sorrindo, alegres, contentes, felizes! E não sentia vontade o suficiente para parar com essa besteira sozinha. Porque é que nessas horas nunca se acha um lugar pra se esconder? Melhor seria um buraco pra se perder. É pra isso que existem os fones de ouvido! Infelizmente eles ainda não te fazem ficar invisível, mas com uma boa música, eles são capazes de te tirar no real. E com isso, a garota se sentiu completamente alienada, a qualquer zumbido, ou sorriso a sua volta, e a música era mais forte, mais violenta do que a imagem que latejava na sua cabeça, sendo isso uma coisa boa, pois ela se sentia isolada, ali mesmo, no meio da rua.
O som misturava depressão e raiva, fazendo com que esses sentimentos lutassem dentro dela, pra ver qual a dominaria. Às vezes vinha a tona a vontade de expelir as lágrimas, e depois a vontade de chutá-las pra dentro, ou assustá-las com um grito. Mas nenhuma dessas vontades contagiou realmente a garota, fazendo com que ela continuasse apenas com seus passos apressados e a cabeça baixa.
Antes que chamasse muito a atenção, parou, sentou, tentando se acalmar, e claro, ainda desejando se esconder. Foi para a sombra, encostando-se numa superfície gelada – ali era mais fácil respirar.
Então respirou fundo, fechou os olhos, encostou a cabeça na parede atrás dela. Concentrou-se na barulheira que vinha de seus fones, e que, incrivelmente a acalmava.
Como se tivesse levado um susto, ela rapidamente abriu os olhos, e se desencostou, querendo levantar. Era como se alguma ideia estivesse se formando. Ela estava insegura, em relação a isso, porque, de uma forma ou de outra, seu coração ainda estava em frangalhos, e não era tão simples recuperar sua forma costumeira, porque, afinal de contas, estamos falando de uma garota.
Tudo no seu mundo é mais dramático, vai mais a fundo, e é mais complicado. E claro, difícil. Mas então ela deixou a insegurança de lado, uma atitude que a fez sentir-se bem. Levantou-se, arrumou o cabelo, e caminhou, determinada, sentindo-se dentro da música que ouvia, e seguiu em direção ao mesmo lugar onde antes o sol queimava sua pele e seu coração quase explodia.
Aproximando-se, viu alguém que não esperava encontrar lá, naquele momento, mas era alguém com quem definitivamente queria estar, e até já estaria, se não fosse inundada pelos seus sentimentos, alguns minutos antes.
Ele apenas sorriu, e ela respondeu com um sorriso também, e abaixou a cabeça, sentindo-se envergonhada por ter perdido tempo, com tentativas frustradas de sumir, sendo que poderia estar o tempo todo, ao lado daquele sorriso radiante, que a fazia sorrir sinceramente.
Talvez, não tão sincera quanto sorria antes, mas era só um começo, e ela não perderia a chance de encontrar uma verdade nisso. Uma verdade no sorriso, e no brilho dos olhos dos dois.
Essa parte, ainda é um imenso ponto de interrogação para ela, misturado com suas confusões, muitas vezes criadas por ela mesma, apenas em sua cabeça. Mas de uma coisa pelo menos, ela tinha certeza: ela havia se sentindo BEM naquele momento. Não como se o seu coração estivesse inteiro, como antes, mas como se estivesse se reconstituindo, aos poucos, com a ajuda de cada olhar, de cada gesto, fazendo-a ver que nem levaria seu drama, e sua dor, adiante.
Antes de saírem, ele tocou de leve a sua mão, um toque que a fez sorrir mais ainda, e seu coração quase começou a acelerar novamente. Quase! Talvez ela ainda não sentisse o suficiente. Mas ela sabia, é só um começo. E estava FELIZ assim.
Ele saiu, e ela encontrou seu amigo, que percebeu sua expressão naquele momento, e como a maioria dos amigos das garotas, começou a falar coisas engraçadas e “sem noção” para alegrá-la. Não que ela estivesse triste, com certeza não, mas estava calada, pensando em tudo que lhe acontecera em cerca de... 15 minutos!
Situações tão opostas, pessoas opostas. E sensações opostas. Tudo passou como um filme em sua cabeça. E por alguns segundos, ela se sentiu desnorteada, ainda. O que se transformou em alívio, logo depois, porque ao lado dela, estava um amigo. Não UM, qualquer. Mas o seu amigo, aquele em que ela confiava, e que apesar de todas as coisas, ele era continuamente como um alicerce para ela.
E a garota não quis fazer mais nada, além de pedir-lhe um abraço. E isso de certa forma, a tranquilizou. Quando ela sentiu-se em contato com ele, mergulhou em seus sentimentos, e no mesmo momento voltou, e aí, sentiu como se nada tivesse acontecido.
Claro que ela ainda pensaria nisso. Claro que ela não conseguiria esquecer o “episódio” de uma hora pra outra. Mas naquele instante ela percebeu, e decidiu, que não deixaria aquela pessoa (e suas ações) atingirem-na de uma forma tão forte. Por tudo que já passara, agora, não importava mais. Não daquela forma.
E então, caminhou até sua sala de aula, abraçada no amigo, e sorrindo sinceramente, porque era isso que ela estava destinada a fazer dali pra frente. Não permitindo mais que aquela pessoa fosse a fonte de sua dor. Pelo menos, não de uma dor que teria continuidade. Já não doía de verdade. Tanto faz. Sorrir era mais fácil. E mais proveitoso! 

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