Sinto uma falta
do teu sorriso, que poderia escrever uma canção.
Mas meus refrões
são tortos.
Mancos.
Fico só no preto
e branco.
Na melodia
pesada.
Pesada como uma
ancora.
Que ainda toca
dentro de mim.
Não faz sentido,
outra vez.
Mas já sei que
meus sonhos eram desejos.
E os de agora,
com certeza são medos.
No fim, eu caí
mesmo no mar.
Caí, e ainda não
consegui sair.
Fico me
debatendo, tentando gritar por socorro.
Tentando. Minha
voz não sai mais.
E a ancora
continua me puxando.
Mas tem algo
muito intenso em mim, que não me deixa afundar.
Não é esperança.
Não é ilusão.
Cada um luta por
uma causa.
Essa é a minha.
Enquanto a porta
não se fechar... não me deixarei afundar.
Essas coisas
costumavam ser secretas.
Escondidas.
Agora estão aqui,
soltas.
Não quero te
atacar.
Nem falar por
entrelinhas.
Apenas não coube
mais dentro de mim.
Mas são só
rabiscos, sabe?
Eu ainda estou
sem voz.