Acho que eu mudo de humor com
muita facilidade. Nem tanto para os outros (pelo menos eu acho), mas aqui
dentro de mim mesmo. Vou da extrema felicidade até a mais profunda depressão.
Sim! Cheio de drama e exagero mesmo, em ambas.
Esses dias eu estava aqui
tentando escrever sobre como Dublin está me fazendo bem. Sobre como eu estou
feliz aqui, e me sinto “encaixada”, sinto que achei o meu lugar. Não pra sempre
(pra sempre é um tempo longo demais, mas isso é assunto pra outro texto), mas
pelo menos agora, que estou aqui, não estou querendo estar em outro lugar.
Aí, passa meia hora, (às vezes
menos), eu começo a pensar no quanto eu mudei e começo a me perguntar se isso
foi realmente bom pra mim.
Como eu já disse a algumas
pessoas: sou depressiva na maior parte do tempo.
Aí eles perguntam: mas como
uma menina que está sempre rindo de TUDO pode ser depressiva?
E eu só consigo responder, com
um sorriso: você não conhece a minha história!
Por isso que não devemos
julgar ninguém, certo? Não podemos saber nada sobre a vida de alguém apenas
passando alguns momentos com essa pessoa. Mesmo quem nós pensamos que
conhecemos tão bem, às vezes nos surpreende com histórias, passados, dores,
razões inimagináveis.
E nem é questão de viver de aparência, sabe? Às vezes é aquela questão do "intocável"
E nem é questão de viver de aparência, sabe? Às vezes é aquela questão do "intocável"
Mas tá, não era sobre isso que
eu estava falando.
Desde a última vez que eu
escrevi, o que eu escrevi me ajudou muito. Eu sinto um certo alivio toda vez
que escrevo algo. Mesmo que depois tudo vire uma merda de novo, mas pelo menos
por alguns dias, eu fico bem.
Então, em uma semana, me senti
extremamente feliz de estar aqui, e me senti depressiva porque a vida é uma
merda e nada acontece do jeito que a gente quer.
HAHAHAHAHA
Poderia ser mais patético?
Às vezes eu fico procurando a
Camila que chegou aqui. Porque a Camila que lhes fala agora é completamente
diferente. O que mudou não foram só os quilos a mais, hahaha, o cabelo ou o “improve”
do inglês. Mudei em tudo. Pra melhor, pra pior.
É engraçado que meus amigos
daqui não acreditam quando eu falo que era uma menina quietinha, tímida,
muuuito tímida, envergonhada, que não bebia, e que era certinha, e talz.
Não que eu esteja “virada” agora, tive meus momentos de fiasco mesmo, que estou
dando muita risada até agora. Mas aqui eu sou o que eu nunca consegui ser,
porque eu era extremamente envergonhada para falar com alguém, pra fazer
amigos, pra falar na frente da turma, pra expor minha opinião, ou o que quer
que seja.
Sei lá, em alguns casos eu era
meio “mosca-morta”, porque baixava a cabeça pra não discutir. Ou baixava a
cabeça pra não ter que falar.
Então por esse lado, graças a
Deus que eu mudei. Aqui, eu falo com todo mundo, brinco com todo mundo, pago
mico, faço fiasco, falo besteira, sem querer abrir um buraco pra me enfiar
depois, converso com quem eu tenho vontade de conversar, sem ter vontade de
morrer só por dar um oi. Danço, SIM, EU DANÇO (quem me conhece vai entender o
porque do CAPS LOCK, ahhahaha), canto, grito, bebo, enfim...
E me sinto bem, por isso eu
disse no começo, me sinto encaixada. É como se aqui fosse possível ser tudo o
que eu sempre tive vontade de ser, e de fazer, mas não tinha coragem.
Comecei literalmente uma vida
nova. Uma Camila nova. “tudo novo de novo” HÁ.
E sim, às vezes fico
cabisbaixa... pensando se isso está sendo realmente bom pra mim, se eu não
estou perdendo minha essência por aí. Se ser tudo que eu queria ser é o que eu
realmente precisava. Mas se eu me sinto bem isso não pode ser tão ruim, certo?
Se bem que o Dexter Morgan se
sente bem matando, e esquartejando pessoas, então, nem sempre da pra confiar no que faz eu me
sentir bem, hahaha. (a vida...é uma merda. Hahaha)
Mas isso eu sei que vou
descobrir com o tempo.
Enfiiiiiiim. Parando de
enrolar, o que estou querendo dizer é que é estranho adaptar-se às mudanças, as
mudanças dentro de mim, eu digo. É estranho encarar o que sou agora, é estranho
adaptar-me ao meu novo eu, eu acho.
Não é completamente ruim, não
é completamente bom. Todos sabemos que as mudanças são mais do que necessárias
e isso é mais que clichê. Mas eu fico pensando, e muito, quando alguém faz um comentário
do tipo: “você?! Tímida?!”
Libertei-me da vermelhidão,
das lágrimas nos olhos e do gaguejar ao falar em público, ou com alguém, e não
tenho do que reclamar disso, isso era um atraso na minha vida literalmente. Desapeguei um pouco, outra coisa que era um
atraso na minha vida, acho que ainda amo demais, mas agora é diferente. Isso
também é assunto pra outro texto. Mas também faço coisas que penso: “nossa,
eu achava isso ridículo!”... Por isso que é estranho... mas ainda assim, eu acho
que essas mudanças vieram pra melhor. Até a minha próxima depressão, ou “crise
de consciência” (entre aspas porque não sei se é exaaaatamente uma questão de consciência)
Taí meu texto sobre como me
sinto aqui, eu tinha pensado em coisas muito melhores pra escrever, mas hoje é
um dia deprê, então saiu essa coisa aí.
Também ninguém gosta de textos
longos, sorry, eu não sei escrever pouco.
Whatever, por mais que eu
goste que leiam, ainda faço isso mais por mim mesma.