domingo, 18 de novembro de 2012

Mudanças



Acho que eu mudo de humor com muita facilidade. Nem tanto para os outros (pelo menos eu acho), mas aqui dentro de mim mesmo. Vou da extrema felicidade até a mais profunda depressão. Sim! Cheio de drama e exagero mesmo, em ambas.
Esses dias eu estava aqui tentando escrever sobre como Dublin está me fazendo bem. Sobre como eu estou feliz aqui, e me sinto “encaixada”, sinto que achei o meu lugar. Não pra sempre (pra sempre é um tempo longo demais, mas isso é assunto pra outro texto), mas pelo menos agora, que estou aqui, não estou querendo estar em outro lugar.
Aí, passa meia hora, (às vezes menos), eu começo a pensar no quanto eu mudei e começo a me perguntar se isso foi realmente bom pra mim.
Como eu já disse a algumas pessoas: sou depressiva na maior parte do tempo.
Aí eles perguntam: mas como uma menina que está sempre rindo de TUDO pode ser depressiva?
E eu só consigo responder, com um sorriso: você não conhece a minha história!
Por isso que não devemos julgar ninguém, certo? Não podemos saber nada sobre a vida de alguém apenas passando alguns momentos com essa pessoa. Mesmo quem nós pensamos que conhecemos tão bem, às vezes nos surpreende com histórias, passados, dores, razões inimagináveis.
E nem é questão de viver de aparência, sabe? Às vezes é aquela questão do "intocável"
Mas tá, não era sobre isso que eu estava falando.
Desde a última vez que eu escrevi, o que eu escrevi me ajudou muito. Eu sinto um certo alivio toda vez que escrevo algo. Mesmo que depois tudo vire uma merda de novo, mas pelo menos por alguns dias, eu fico bem.
Então, em uma semana, me senti extremamente feliz de estar aqui, e me senti depressiva porque a vida é uma merda e nada acontece do jeito que a gente quer.
HAHAHAHAHA
Poderia ser mais patético?
Às vezes eu fico procurando a Camila que chegou aqui. Porque a Camila que lhes fala agora é completamente diferente. O que mudou não foram só os quilos a mais, hahaha, o cabelo ou o “improve” do inglês. Mudei em tudo. Pra melhor, pra pior.
É engraçado que meus amigos daqui não acreditam quando eu falo que era uma menina quietinha, tímida, muuuito tímida, envergonhada, que não bebia, e que era certinha, e talz. Não que eu esteja “virada” agora, tive meus momentos de fiasco mesmo, que estou dando muita risada até agora. Mas aqui eu sou o que eu nunca consegui ser, porque eu era extremamente envergonhada para falar com alguém, pra fazer amigos, pra falar na frente da turma, pra expor minha opinião, ou o que quer que seja.
Sei lá, em alguns casos eu era meio “mosca-morta”, porque baixava a cabeça pra não discutir. Ou baixava a cabeça pra não ter que falar.
Então por esse lado, graças a Deus que eu mudei. Aqui, eu falo com todo mundo, brinco com todo mundo, pago mico, faço fiasco, falo besteira, sem querer abrir um buraco pra me enfiar depois, converso com quem eu tenho vontade de conversar, sem ter vontade de morrer só por dar um oi. Danço, SIM, EU DANÇO (quem me conhece vai entender o porque do CAPS LOCK, ahhahaha), canto, grito, bebo, enfim...
E me sinto bem, por isso eu disse no começo, me sinto encaixada. É como se aqui fosse possível ser tudo o que eu sempre tive vontade de ser, e de fazer, mas não tinha coragem.
Comecei literalmente uma vida nova. Uma Camila nova. “tudo novo de novo” HÁ.
E sim, às vezes fico cabisbaixa... pensando se isso está sendo realmente bom pra mim, se eu não estou perdendo minha essência por aí. Se ser tudo que eu queria ser é o que eu realmente precisava. Mas se eu me sinto bem isso não pode ser tão ruim, certo?
Se bem que o Dexter Morgan se sente bem matando, e esquartejando pessoas, então, nem sempre da pra confiar no que faz eu me sentir bem, hahaha. (a vida...é uma merda. Hahaha)
Mas isso eu sei que vou descobrir com o tempo.
Enfiiiiiiim. Parando de enrolar, o que estou querendo dizer é que é estranho adaptar-se às mudanças, as mudanças dentro de mim, eu digo. É estranho encarar o que sou agora, é estranho adaptar-me ao meu novo eu, eu acho.
Não é completamente ruim, não é completamente bom. Todos sabemos que as mudanças são mais do que necessárias e isso é mais que clichê. Mas eu fico pensando, e muito, quando alguém faz um comentário do tipo: “você?! Tímida?!”
Libertei-me da vermelhidão, das lágrimas nos olhos e do gaguejar ao falar em público, ou com alguém, e não tenho do que reclamar disso, isso era um atraso na minha vida literalmente.  Desapeguei um pouco, outra coisa que era um atraso na minha vida, acho que ainda amo demais, mas agora é diferente. Isso também é assunto pra outro texto. Mas também faço coisas que penso: “nossa, eu achava isso ridículo!”... Por isso que é estranho... mas ainda assim, eu acho que essas mudanças vieram pra melhor. Até a minha próxima depressão, ou “crise de consciência” (entre aspas porque não sei se é exaaaatamente uma questão de consciência)
Taí meu texto sobre como me sinto aqui, eu tinha pensado em coisas muito melhores pra escrever, mas hoje é um dia deprê, então saiu essa coisa aí.
Também ninguém gosta de textos longos, sorry, eu não sei escrever pouco.
Whatever, por mais que eu goste que leiam, ainda faço isso mais por mim mesma.